A Aldeia Maracanã tem como objetivo promover um museu de cultura VIVA, e não um museu de arquivos e protótipos, diferente do que acontece no atual museu que se situa em Botafogo.
A maioria dos indígenas que ocupavam a aldeia vieram de aldeias distantes para ajudar na resistência ou vieram para o Rio de Janeiro há alguns anos para estudar ou trabalhar, muitos tinham onde morar (no caso dos que já moravam aqui no Rio) ou podiam voltar a qualquer momento para a sua aldeia nativa (os que vieram para o Rio somente para ajudar na preservação da Aldeia Maracanã), o objetivo principal não era um lugar para morar, e sim um lugar para repassar a cultura, um lugar onde pudessem nos ensinar a respeitar e conhecer a importância cultural dos povos originários, um lugar onde os indígenas que viessem eventualmente para o Rio de Janeiro pudessem ficar em contato com a sua cultura e protegidos. A aldeia Maracanã se tornou um lugar riquíssimo em cultura e debates políticos e lá aprende-se algo que todos clamam, mas poucos sabem fazer, aprende-se a RESPEITAR A DIFERENÇA.
Sem receber um centavo de ajuda de órgãos públicos, os indígenas mantinham a aldeia limpa, e com a cultura viva, muitos criticam o atual estado do prédio, mas o que eles podiam fazer com os recursos que tinham para preservar a história e o prédio, fizeram, antes da ocupação indígena o prédio histórico que foi destinado desde a sua construção para a preservação da cultura indígena, estava completamente abandonado, uma verdadeira depredação do patrimônio histórico e cultural. Então, se o prédio não estava reformado, não é culpa dos que estavam lá cuidando como há décadas não era cuidado, e sim (novamente) do descaso do governo.
De Cabral à Cabral |
Além
disso o prédio onde se situa a Aldeia Maracanã é histórico. Foi
construído por Duque de Saxe em 1862 e doado em 1910 ao Serviço de
Proteção aos Índios, órgão estatal comandado pelo Marechal Rondon, e
posteriormente consagrado por Darcy Ribeiro área PERMANENTE de
preservação da cultura indígena. Demolir esse prédio é o mesmo que
demolir o Teatro municipal, pela sua importância histórica e tempo de
existência. A luta é também pela preservação de um patrimônio público.
A invasão desse território indígena foi promovida violentamente pela Tropa de Choque que mostrou a sua truculência tradicional durante esta segunda-feira, indígenas e ativistas da aldeia e da FIP - Frente Independente Popular - RJ - foram presos por tentarem impedir a desocupação arbitrária e ilegal.
A cultura é a marca de um povo, ela
ultrapassa a ideia de fronteiras pois surge de maneira natural e não
forçada, não imposta por interesses de elites.
Aldeia Maracanã, resiste!
Fontes:
https://www.facebook.com/anonymousrio
http://rededemocratica.org/